Tuesday, 24 July 2012

Bicicleta

Sempre gostei de andar de bicicleta, desde miúda, desde sempre, contudo só tive a minha primeira bicicleta aos 15 anos, sim porque as outras foram as sobras da minha irmã que ia crescendo e ganhava bikes novas enquanto aqui a je ficava com o que já não lhe servia, é o beneficio de ser irmã mais nova.

Mais tarde iniciei-me no BTT muito ao estilo amador, sempre numa de auto didacta e lá ia eu, comprei uma bike melhor, achava eu que 700€ de bicicleta seria uma coisa ao nível do topo de gama das bikes, nada mais errado.

Passei para os pequenos passeios organizados, daqueles com direito a t-shirt, nocturnos e meia maratonas, fui andando e andando, achava graça, até que surgiu a oportunidade de trabalhar dentro da minha área mas neste sector, achei graça, parecia um projecto desafiante, fui aliciada e pareceu-me bem, sentia-me estagnada na altura, numa empresa familiar sem possibilidade de evolução e crescimento e lá fui eu. Tudo ok, o projecto na realidade era interessante e desafiante, até ao ponto em que o Administrador foi convidado para um outro projecto no estrangeiro e a equipa ficou a cargo do actual administrador que enfim, já se sabe, é um autentico merdas.

A partir daqui o descalabro é total, todos mandam e ninguém manda, com passagem do novo administrador, outros passaram a directores e a desempenhar funções de chefia sem perfil para e o início de um processo de empresa à deriva começou, inclusivamente o meu descalabro aqui também, pois de projecto interessante foram-me sendo atribuídas funções de merda, o meu objectivo aqui passou a ser outro sem me perguntarem sem ouvir a minha opinião, promessas que não se cumprem e etc etc etc, a própria empresa afunda-se ao nível de brevemente serão os espanhois a administrar o que demonstra bem as valências do actual administrador.

No meio disto tudo, algo que eu gostava, nomeadamente a bicicleta, criei uma verdadeira aversão à mesma, numa onda mais de andamento rápido, coisas de passeios organizados e meias maratonas, detesto, não suporto e abomino quem gosta. A pouco e pouco para mim faz-me sentido uma onda mais despojada, um meio de transporte, algo nada associado a luxos e poder económico, mas sim algo que nos faz ver que estamos de bem com a vida, apanhar com o vento na cara, aproveitar a descida para não pedalar e onde chegar em primeiro, sujo, de lycras, com lama ou passar uma descida mais técnica não tem importância nenhuma.


A bicicleta é isto e não outra coisa qualquer.




Mais do que trabalhar nesta área o que eu gostava mesmo era estar num local onde para trabalhar pudesse ir nela, pois quanto mais trabalho com ela, menos ando nela, essa é que é, faz-me olhar para ela como que uma obrigação, um acréscimo do trabalho, deste trabalho que já não posso e já não aguento, que me farta, que me entristece que me emagrece, que me faz mal, que me deixa saudades da anterior administração.

 
Gila

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